Você veio de uma enorme vontade que cresceu em mim aos pouquinhos. Uma vontade não sei bem de que, mas algo me dizia que só passaria com você aqui.
Sabia que um dia esse momento ia chegar, mas não imaginava como seria. Achei que um dia ia acordar com um sentimento materno super aflorado. Achei que seu pai fosse chegar e dizer que já estava na hora. Achei que o tal reloginho biológico ia tocar um alarme bem sonoro dentro de mim. Mas nada disso aconteceu.
O que aconteceu foi essa vontade estranha. Essa sensação de que estava faltando alguma coisa. Foi crescendo aos pouquinhos e eu tinha medo até de falar sobre o assunto. Eu mesma ainda não entendia bem o que sentia. Mas conversei com seu pai e a vontade que crescia em mim começou a crescer nele também. Chegamos até a iniciar seu enxoval bem timidamente com o carrinho trazido de NY.
Mas para você vir de fato precisávamos relaxar e deixar de evitar. Um belo dia me esqueci e, ao avisar seu pai, não houve desespero, nem correria, muito menos discussão. Apenas deixamos rolar. Apenas deixamos aquela vontade estranha tomar conta de nós.
Mais tarde descobrimos que a tal vontade estranha era um amor imenso que já não cabia dentro da gente e que se transformou em você!
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